Enquanto a maioria das dores de cabeça são causadas por tensão e não requerem intervenção médica , aproximadamente 20 % dos doentes possuemdores de cabeça incapacitantes e resistentes a tratamentos médicos. Exemplos desse tipo de dor são migrânea(enxaqueca), cefaleia em salvas e neuralgiaoccipital .
Em 1999 , o jornal da sociedade internacional de neuromodulação chamado “Neuromodulation :tecnology at the neural interface ”publicou observações clínicas que descrevem o uso de neuroestimulação para reduzir dor de cabeça severa oriunda de neuralgia occipitalque geralmenteocorrena parte posterior da cabeça , área composta por nervos occipitais. Osautores notaram que , similarmente ao tratamento com estimulação da medula espinhal , usando neuroestimulação periférica nos nervos occipitais induziu-se uma sensação de formigamento agradável .Eles reportaram que o efeito relâmpagoda dor foi aliviado em mais da metade dos pacientes com condições monitoradasem um período entre 18 meses e 6 anos.
A maioria das síndromesde cefaleia refratária com medicamentos , inclusive a migrânea, causam dor ao longo da cabeça . Assim , um entendimento das estruturas e fisiologia desta dor é de importância primordial para profissionais que consideram utilizar neuroestimulaçãoperiférica para cefaleia crônica não aliviada com medidas conservadoras.
Resultados de estudos clínicos recentes indicam a expectativa de que a aplicação de neuroestimulaçãoperiférica dos nervos occipitais e daqueles que inervam a região facial pode desencadear um melhor resultado.
O procedimento consiste em um teste com eletrodos finos que conduzem estímulos elétricos sobre o nervo acometido e envolvido na causa da dor de cabeça. Casoesse procedimento seja bem sucedido , ele é seguido por uma implantação permanente de eletrodos que são conectados com um pequeno gerador de pulso. Acompanhandoa implantação do procedimento , o paciente vai ao consultório para programar o dispositivo a fim de obter a neuroestimulação ideal pra aliviar seus sintomas. Antesda implantação dos eletrodos , o paciente é submetido a uma avalição médica cuidadosa , que pode ser complementadacom o uso de imagens radiológicas contrastadasou ultrassonografia.
As complicações geralmente são pequenas como infecção , sangramento e fluido abaixo da pele.Pode haver intercorrências devido ao equipamento , estas incluem movimentação dos eletrodos , falha e quebra do gerador de pulsos.
Assim como na estimulaçãoda medula espinhal para dor neuropática, a cefaleia refratária com medicamentos aparenta responder a neuroestimulação periférica somente quando as sensações de parestesias acometemos nervos primários dasregiões occipitale/ou trigeminal.
A quantidadede estudos publicados sobre essas técnicas vem aumentando na literatura , mas são necessários muitos estudos continuadosutilizando amostragem aleatória de indivíduos em vários centros de tratamento para comprovar a eficácia a longo prazo.
Em estudos atuais ataxa de resposta para pacientes com dor de cabeça intensa tratada com neuroestimulação o dos sistemasoccipitale trigeminal foi reportada como superior a 90%.Essa é uma evolução do tratamento utilizandoapenas estimulaçãodos nervos occipitais,que possui uma taxa de melhorade 40% em pacientes com síndrome de dor de cabeça intensa. Emmédia pacientes dor síndromede dor de cabeça posterior , localizada na parte posterior da cabeça , a taxa de melhora foi de 88%(variando entre 71% e 100%).
Os pacientes apropriadosaneuroestimulação periférica para cefaleia refratária com medicamentos devem ter:
-Dor incluindo os sistemas occipital, trigeminal ou ambos
-Teste neuropsicológico recente-Resposta positiva da fase de resolução da dor através de bloqueio de nervos correspondentes.
Concluindo , evidencias clínicas existentes mostram que os procedimentos de neuroestimulação periférica para cefaleia refratária com medicamentos são seguros , efetivos e bem tolerados.
Nota: Essasinformações não podem substituir prescrições ou tratamentos médicos. Consultesempre um médico em caso de problemas de saúde.
Artigo original retirado do site da INS(International Neuromodulation Society -www.neuromodulation.com/therapies) e traduzido pela acadêmico de Medicina Igor Santolini Mota(UNICEUB-DF).